segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Agridoce

Em cada sonho doce que tive na vida, havia um empecilho que acabava com toda a beleza do momento - acho que era para eu acordar para a vida real. Da mesma maneira, em cada qualidade minha, ou cada palavra doce que falo, há sempre o outro lado que às vezes parece engasgar e dar ânsia - sabe aquela sensação de que alguma coisa não desce pela sua garganta?. Não consigo ser boa. Não consigo manter os meus sonhos maravilhosos como em um conto de fadas, porque eu sempre amarguei muito para ter qualquer coisa boa. Quando eu fico muito feliz com alguma coisa, logo imagino o que vai me custar, quão ruim vai ser o que vou ter que passar para fazer valer. Às vezes é o contrário, quando passo um perrengue, geralmente tenho recompensa. Por exemplo, no último mês, sofri uma Trombose Venosa Encefálica, passei 11 dias no CTI e 6 na enfermaria. Um pesadelo que quase me fez odiar a minha vida e os fabricantes de anticoncepcional do mundo inteiro. Mas eu ganhei meu bônus. Estou livre de grande parte das obrigações maçantes que tinha antes, do que me tirava minha vontade de viver, tomava todo o meu tempo. Uma coisa boa foi ver que tenho um namorado, amigos e família que me amam e vão estar do meu lado, mesmo se eu ficar doente e não puder mais ser a Isabela de antes, se eu parecer uma inválida e tiver que usar fraldas e precisar que me dêem comida na boca. E tenho uma mãe maravilhosa que mesmo com dor na coluna, dormiu noites seguidas em uma poltrona só para se certificar de que eu ia dormir bem. E nem ela mesma dormiu bem. Amigos e família foram o que ganhei, na verdade, o doce no meio de toda a amargura foi perceber que não estou sozinha neste mundo.

Isabela Moraes
12/09/2011
"Algum veneno uma vez ou outra é coisa que proporciona agradáveis sonhos. E muito veneno no fim, para morrer agradavelmente." F. Nietzsche

"Não merece o doce quem não provou o amargo." - Pichação muito verdadeira em um viaduto do Rio de Janeiro.

Todas as coisas que eu fiz, nuas e cruas.

 Eu estou cansada dos meus fantasmas sempre nos obrigando a pôr na mesa cartas que deviam ser esquecidas. Não vou mais revelar nenhum “causo” do meu passado. Você vai reclamar, mas é o único jeito de parar de te magoar e te deixar tão chateado.
 Quando digo que meu passado me faz achar que não mereço você, falo sério. Acho que você nunca vai aceitá-lo e se não aceita, é porque não acha digno, e o que não é digno não tem honra e o que não tem honra não merece confiança, ou admiração. Eu sou meu passado. Entende? Eu estou inserida nele e quando ele ainda não era passado eu fui a senhora dele, a que ordenou todas as besteiras cometidas.
  Não vou mais pedir que me perdoe. Não vou mais chorar depois das nossas discussões. Não quero mais implorar para que você me permita apagar meus erros. Vamos arrancar esses espinhos. Eles não podem nos trazer nada de bom. Só causam dor.
 E todas essas coisas que eu fiz, não são nada perto do que estou fazendo agora. Porque nunca me empenhei tanto em fazer uma coisa como estou me empenhando agora. Acho que você nunca vai entender. Acho que você nunca vai mudar esse ponto de vista. Você tem esse direito. Mas você precisa me ajudar. Porque eu quero fechar essas cicatrizes. Deixar para trás os pecados que cometi, e todas essas coisas que eu fiz, se é assim que você prefere. Mas não me peça para negar quem eu sou. Não posso voltar no tempo. E se voltasse, acho que viveria tudo de novo. Porque é quem eu sou.

Isabela Moraes
12/09/2011

sábado, 10 de setembro de 2011

A dor do próximo

"A dor é lei de equilíbrio e educação. Mas nem por isso devemos pensar que os que sofrem não devem ser socorridos.
A lei maior da caridade nos obriga a ajudar os que sofrem.
"
Filosofia Espírita

Escolha

Não fomos feitos um para o outro. Disso estou certa, apesar de já ter pensado na possibilidade, hoje sei que não. Também estou c...