Depois da festa, o cheiro do seu cigarro de cereja ficou no meu cabelo, e o gosto ficou na minha boca, mas com sua ausência o doce virou amargo, tudo ficou opaco.
Depois de tudo, meu corpo deitou cansado na cama e eu fiquei lembrando, e você ficou em mim, de forma que não posso mais te por a parte. Você está dissolvida no meu sangue, ocupando cada parte do meu corpo, e em lugares tão inacessíveis e desconhecidos por mim, que não posso te tirar de lá ou me livrar de você. Fechava os olhos e podia sentir suas mãos quentes ao meus redor, mas ao abrir-los elas não estavam aqui.
A falta do seu sorriso faz da noite um momento apenas escuro e vazio, sem nada que possa me fazer dançar. Quando você não dança, minha música para, minha bebida perde o gosto e eu acabo voltando pra solidão do meu quarto. E posso ver você dançando no teto, e tudo ao seu redor dança no seu ritmo, na sua órbita, às suas ordens. E eu só vou acordar, se for pra te ver outra vez, dançando do novo, iluminando a noite pra mim.
Isabela Moraes
05/05/2010