Sentei no chão, encostada na cama, repousei a cabeça nos joelhos. É uma merda você ser uma parte tão significativa do que sinto, é uma merda você ter essa parte tão grande de mim. Eu não agüentei ouvir as músicas que me lembram você. Desabei feito um castelo de areia chutado. Eu devia ter desligado o rádio. Mas eu sabia que tinha que chorar essas dores pra tentar fazê-las passar. Deitei no chão frio e me deixei chorar como se a minha vida estivesse prestes a acabar, como se eu não tivesse nada pelo que viver. E eu soluçava tanto, deitada naquele chão gelado, que meu peito doeu. Os pulmões pareciam estar encostados numa placa de gelo. Senti uma fisgada que me deixou sem ar. Eu estava ali, justo eu, que havia sido tão forte. Eu, que suportei tanta dor sem chorar, fiquei ali, com vontade de me deixar ficar pra sempre deitada naquele chão, definhando.
De repente, parei. Olhei as suas cartas, jogadas no chão. Era por lê-las que tudo havia começado. Por um momento, quis que você estivesse ali do meu lado, lesse e me ouvisse dizer o quanto aquelas palavras me convenceram e, como agora, me derrubaram. Entenda que agora tudo parece em vão. Se me olhasse nos olhos, talvez conseguisse enxergar o quanto as promessas quebradas me arrasaram, o quanto eu me sinto iludida. Eu falei, eu avisei tanto que essa merda de “pra sempre” é impossível. Você sempre queria me provar o contrário. Você me provou que, realmente, essa merda não existe. Me fez aprender a acreditar, só pra me fazer desacreditar depois. Me ensinou da maneira mais cruel.
Acho que a culpa não é sua. Essa estória de construir uma vida ao lado de alguém, casar, viver junto, não é pra mim. Não vai acontecer. Mas você bem que podia ter saído de mansinho pela porta dos fundos e evitado todo esse desastre. Podia ter dito a verdade e eu teria me desapegado, se você apenas tivesse se dado conta que depois daquele dia eu nunca mais olhei nos seus olhos, se você ao menos me permitisse ficar na sua vida. Se ao menos tivesse ido embora de uma vez só. Isso tudo não precisava ter sido assim. Você existiu na minha vida, mas eu estou tentando apagar as pegadas que você deixou e ficar apenas com seu cheiro no ar.
De repente, parei. Olhei as suas cartas, jogadas no chão. Era por lê-las que tudo havia começado. Por um momento, quis que você estivesse ali do meu lado, lesse e me ouvisse dizer o quanto aquelas palavras me convenceram e, como agora, me derrubaram. Entenda que agora tudo parece em vão. Se me olhasse nos olhos, talvez conseguisse enxergar o quanto as promessas quebradas me arrasaram, o quanto eu me sinto iludida. Eu falei, eu avisei tanto que essa merda de “pra sempre” é impossível. Você sempre queria me provar o contrário. Você me provou que, realmente, essa merda não existe. Me fez aprender a acreditar, só pra me fazer desacreditar depois. Me ensinou da maneira mais cruel.
Acho que a culpa não é sua. Essa estória de construir uma vida ao lado de alguém, casar, viver junto, não é pra mim. Não vai acontecer. Mas você bem que podia ter saído de mansinho pela porta dos fundos e evitado todo esse desastre. Podia ter dito a verdade e eu teria me desapegado, se você apenas tivesse se dado conta que depois daquele dia eu nunca mais olhei nos seus olhos, se você ao menos me permitisse ficar na sua vida. Se ao menos tivesse ido embora de uma vez só. Isso tudo não precisava ter sido assim. Você existiu na minha vida, mas eu estou tentando apagar as pegadas que você deixou e ficar apenas com seu cheiro no ar.
Isabela Moraes
24/02/2012
"Volta, ou vai embora, meu amor.
Sem ameaças ensaiadas na frente do espelho.
O caminho mais fácil nem sempre é melhor que o da dor.
Dê uma chance pra vida te mostrar
Um jeito menos doloroso de se despedir.
Não seja assim tão duro amor com as palavras.
Lave bem as suas mãos antes de se decidir.
Tira essa lama das botas
Antes de me dar as costas."
Lama - Luxúria