domingo, 26 de setembro de 2010

As frases desta fase

"Muitos veem o vazio, mas é preciso coragem para ver a falta de esperança." (Foi Apenas Um Sonho)



Nestes últimos dias fatídicos falo pouco comigo, me mantenho recatada e recolhida tentando não demonstrar que sou uma bagunça confusa. Deixei muita coisa de lado. Quero parar um pouco, desacelerar. Talvez eu volte mais tarde, talvez eu me perca. 
Algumas vezes, para se achar é preciso se perder. Ás vezes quando nos encontramos estamos perdidos. Não sei o que falar, não sei como calar.



(...) é preciso partir
é preciso chegar
é preciso partir é preciso chegar... Ah, como esta vida é urgente!
... no entanto
eu gostava mesmo era de partir...
e - até hoje - quando acaso embarco
para alguma parte
acomodo-me no meu lugar
fecho os olhos e sonho:
viajar, viajar
mas para parte nenhuma...
viajar indefinidamente...
como uma nave espacial perdida entre as estrelas.
Poema Transitório ; Mário Quintana


"Ás vezes o silêncio diz tudo"

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Assombração


Ultimamente tenho visto qualquer coisa pela janela do meu quarto. Parece meu rosto empalidecido, chorando, com as pálpebras avermelhadas. Parece uma borboleta violeta tentando entrar e se esconder da ventania. Ou talvez, seja só o vento. Mas isso me deixa inquieta e confusa. Me assombra a idéia de que algo lá fora parece querer que eu não saia mais, me perturba a lembrança dos dias que passei fechada pro mundo, com medo do que havia lá fora. Tudo porque calei. Andava pelas ruas, saltitando e feliz, mas a cada dia mais translúcida, até o dia em que sumi de tanto que calei. Meus pensamentos abafados, criaram uma cortina de fumaça cinza que me escondeu do resto do mundo. E continuei calada, pois não davam falta. Ninguém para sentir saudade da minha voz e das minhas palavras. Havia vivido o conto de fadas, e ainda sim, preferia o silêncio do meu quarto. Meus pés haviam andado meio mundo, mas eu só tinha chão se me trancasse para todos as saídas. Apodreci. Empobreci a alma e a mente. Até que um dia, ao abrir a janela de manhã, vi o amor passar por ali. Enlouqueci. Quis correr atrás dele, mas as grades que me mantinham ali não deixaram. Sentei no chão e calei. Então, os pensamentos que já não tinham mais onde serem afogados em minha mente se libertaram. Voaram pelo teto e pousaram num caderno abandonado no canto. Letra após letra fui me esculpindo, me moldando, me refletindo. Em cada página, uma fotografia. Meu universo ainda está em colapso, mas já não tenho medo. O medo deu lugar à liberdade. Apesar do caos, a beleza continua ali, densa e vaporizada. A beleza do amor que passou pela janela, e me libertou, levando minha mente com ele para viver o mundo com amor. E voltar aqui para escrever.

Isabela Moraes
07/09/201

"Colour my life with the chaos of trouble
'Cause anything's better than posh isolation"
The Boy with the Arab Strap - Belle and Sebantian

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Falando de amor

Amor não é um objeto que a gente rotula de acordo com suas características ou a forma como se apresenta. Ele está acima das nossas regras, das nossas classificações.
Também não é como uma carta cujo conteúdo é o que importa e cujo remetente e destinatário estão pré-estabelecidos.
Menos ainda um presente que pretendemos enfeitar para parecer mais bonito e delicado e entregar a outra pessoa. O amor está mais para embrulho. Aquela coisa a qual poucos dão importância, muitos rasgam, jogam fora, não percebem o cuidado com que foi preparado, tudo o que ele guarda. Mas é o que nos faz sentir mais dignos de entregar o que temos ao outro. Nos entregarmos. E o amor ás vezes é sutil também. Ás vezes se manifesta na entrega, no esforço de querer dar o melhor ao outro.

Isabela Moraes
01/08/2010

Isso é só teoria, estou aprendendo ainda. 
Te amo, Felipe.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Agora

Agora queria me aninhar em seus braços e mais uma vez sentir seu coração batendo tão forte. Correr minhas mãos por tuas costas, até seu rosto, e mexer nos teus cabelos. E te segurar aqui até que você entranhe na minha pele como perfume. E também teu perfume queria guardar, não em frasco, mas na minha roupa, de tanto ficar abraçada ao teu corpo. Se pudesse te guardava aqui. E me guardava ali, junto de você. Ficaríamos lá, intocados pelo tempo e pelo caos do mundo. Porque eu te amo, e você me ama. Isso devia bastar para o mundo nos deixar ficar juntos sempre. Mas temos que provar para Deus e o mundo que não precisamos provar nosso amor para saber que ele existe. E eu sei que ele existe quando você me olha de cima e fica gritando com o olhar pedindo que o tempo passe pra me pegar pela mão e me levar pra casa. Nosso amor é quase palpável no portão de casa, onde eu sei que o mundo podia acabar e nós dois morreríamos felizes, e a vida vale a pena, porque estamos por inteiro, completos. Tudo que calamos e cada palavra que dissemos, ou escrevemos, nos trouxeram até aqui. E tudo que isso me faz sentir, me faz crer a cada dia que isso é amor. Todo dia me convenço de que te amo. Todo dia me apaixono de novo por você. E toda noite, antes de dormir, peço para sentir isso tudo de novo. E que chegue o dia de ficar do seu lado.

Isabela Moraes
27/08/2010

domingo, 5 de setembro de 2010

Silenciosamente

Uma manhã tardia, uma descoberta doentia, uma conversa sadia. Nem me dei conta, e o que me faz bem estava ali. É setembro, e eu nem me lembro. Minhas perturbações ficaram do outro lado da porta que setembro mantém trancada. E estão ali ainda, mas já não me incomodam, já não sugam mais minha energia para se manterem atazanando minha vida, agora não chamam mais atenção. Precisei parar por um minuto, olhar o bom tempo, notar minha sorte, o bom humor suspenso no ambiente ao meu redor, a alegria dissolvida na neblina. Demorei a notar que aquilo pelo que eu esperava, rezava, o que eu pedi, estava ali. Mas ás vezes não enxergo o óbvio. Talvez porque ainda tenha os restos de agosto, quase não o enxerguei. Ainda tem a herança e a lembrança dos desgostos de agosto. Mas traz a leveza do mês das flores.

Isabela Moraes
01/09/2010

Que saudade agora me aguardem,
Chegaram as tardes de sol a pino,
Pelas ruas, flores e amigos,
Me encontram vestindo meu melhor sorriso,
Eu passei um tempo andando no escuro,
Procurando não achar as respostas,
Eu era a causa e a saída de tudo,
E eu cavei como um túnel meu caminho de volta.

Me espera amor que estou chegando,
Depois do inverno a vida em cores,
Me espera amor nossa temporada das flores.

Eu te trago um milhão de presentes,
Que eu achava que já tinha perdido,
Mas estavam na mesma gaveta,
Que o calor das pessoas e o amor pela vida...

Me espera estou chegando com fome,
Preparando o campo e a alma pra as flores,
E quando ouvir alguém falar no meu nome,
Eu te juro que pode acreditar nos rumores.

Leoni ; Temporada das Flores

Escolha

Não fomos feitos um para o outro. Disso estou certa, apesar de já ter pensado na possibilidade, hoje sei que não. Também estou c...