As tardes passam quase todas iguais, com a beleza dos raios de sol misturando-se com as brisas frias que tem aroma de saudade.
Meu único prazer é amar à distância a textura das cores de outono, que tanto me recordam minhas constantes confusões.
Então, é quando vejo algumas poucas flores em botão, rejeitadas pelo resto da vegetação, mas sintonizadas entre si, parecendo ser uma coisa só, um borrão de tinta em tons quentes que o pincel fez num quadro em tons pastéis, que me lembro de você.
Quantos abraços couberam em mim, mas nenhum pôs tanto amor em meus braços quanto o teu.
De todas as palavras de amor que disse e ouvi, outras não me emudeceram tanto quanto as tuas.
Minhas mão nunca foram tão independentes e carinhosas quanto na tua presença.
Quantos corpos passaram pelo meu corpo, quantos se apoiaram em meu colo, mas nenhum me preencheu como o teu.
São amáveis estes momentos ao seu lado.
Quase tão doces quanto teus olhos, teus olhos intensos e brilhantes, castanhos e suaves.
Algum dia, para descansar das manhãs turbulentas e das longas tardes, vou me recostar em teus ombros largos e me abandonar no toque da tua pele alva.
Isabela Moraes
10/06/2010