quinta-feira, 10 de maio de 2012

A (des)construção de mim mesma

Isabela Coutinho de Castro Moraes. Isabela. Isa para alguns. Bela para outros. Isinha para poucos. Belinha, nem fodendo. Eu. Isabela. Sete letras. Significado: consagrada a  Deus. Cristã. Realista. Esperançosa. Futura geógrafa. Técnica ambiental inexperiente. Ex-aluna. Universitária. Desempregada. Sexóloga se pudesse. Sem sacanagem. Dependente de drogas lícitas com bula e receita médica. Chocólatra. Leitora faminta. Filha caçula de pais casados. Mãe ariana. Pai escorpiano. Uma irmã pisciana. Outra libriana. Ariana com ascendente em gêmeos. Vascaína. Gonçalense. Fluminense (falo da Unidade de Federação). Brasileira. Terráquea. Sexo feminino. Nascida em uma segunda-feira. 18 de abril de 1994. Às 10 horas e 40 minutos. Bebê gordinho. Criança levada. Muleque-macho aos 11. Emo aos 13. Colombina aos 15. Problemática aos 17.  Ex-namorada. Ainda apaixonada. Solteira. Sozinha. Solitária não. Não guardo dinheiro, nem mágoas. Nem ressentimos. Mas muitos sentimentos. A cara da mãe. Doenças do pai. Propensa hipocondríaca. TOC leve. Entomofóbica. Alérgica a ácaro. Paciente da  neurologia. Dores de cabeça constantes. Enxqueca. TVC. TDA. Bipolar. Indecisa. Confusa. Instável. Contraditória. Incoerente. Enrolada. Atrasada. Apressadinha quando quero. Sonolenta. Lerda. Sem paciência. Irritante. Sem graça. Brincalhona só com os amigos. Péssima em esportes. Um fracasso em ritmo musical. Dois pés esquerdos, chatos, n° 38. Destra. Letra feia. Quatro olhos. Um grau de astigmatismo. O+. Cabelos  castanhos. Olhos castanhos e, segundo alguém, de boneca. 98 cm de quadril. 88 cm de “busto”. 78 cm de cintura. 1,60m de altura. Ocasionalmente babá. Frequentemente estudando. Constantemente apaixonada, nem sempre pela mesma pessoa. Pretensa  escritora (nas horas vagas). Falta do que fazer é foda. Desbocada. Razoavelmente desinibida. Tagarela. Caladona. Observadora. Boa ouvinte. Péssima conselheira.  Humor instável. Cara de poucos amigos boa parte do tempo. Grossa às vezes. Azar no  jogo. Sem sorte no amor. Voz um tanto fanha. Síndrome de Katy Perry. Sincera quase  sempre. Verdadeira. Mentirosa quando quero. Amor calado. Choro contido. Grito  abafado. Risadas um tanto raras. Amiga. Animal, pedra, pinguim, irmã... Professora daqui a alguns anos. Que mais?... Sobrevivente. Ah, e se no futuro eu puder acrescentar alguma palavra nessa lista aqui, ela seria pequena, simples e muito significativa. Mãe.









 (Isso) Sou eu.



Isabela Moraes
10/05/2012

terça-feira, 8 de maio de 2012

abandonada

Ele disse que vinha. Ontem ele me ligou e me prometeu que não faltava. Eu sei que ele vem. Só se atrasou um pouco. Talvez o engarrafamento infernal daquela rodovia no caminho dele até aqui. Talvez tenha tido um imprevisto no trabalho. Pode ser que ele tenha encontrado alguém e perdido a noção do tempo. Ele adora uma boa conversa. Nossa. Mas já passou tanto tempo. Daqui a pouco eu tenho que ir. O horário do almoço já está até acabando. Todo mundo indo embora. Eu acho que vou embora também. Ele não vem. Mais uma vez eu fiquei aqui plantada. Mais uma vez eu acreditei nele. Nem se deu o trabalho de ligar. Nem deve ter lembrado afinal. Ele nunca se deu conta de que eu preciso dele.

Isabela Moraes
08/05/2012

Escolha

Não fomos feitos um para o outro. Disso estou certa, apesar de já ter pensado na possibilidade, hoje sei que não. Também estou c...