Sentada, olhando pra tudo, procurando por nada. E uma voz me chama a atenção. Uma pessoa que antes passara despercebida diante de meus olhos. E começa a falar, quer conversar. Fala de sonhos. De coincidências. E somos até parecidos. Mas não estamos no mesmo mundo. Ele, ás vezes calado, tem os sentimentos represados lá dentro, guardados, onde nem ele pode achar. E eu querendo experimentar cada emoção que meus sentimentos me oferecem. Seus olhos quase sem expressão, são lentos enquanto ele fala. Seu corpo relaxado, faz movimentos leves enquanto ele anda. Ainda nem sei quem ele é, ou do que se constitui sua personalidade oscilante. Mas ele me prende. E talvez todos percebam que quando ele fala, o resto do mundo se cala, e me volto para sua fala suave. Que não me julguem mal. Nunca quis estar presa a ele. Mas o destino foi cruel, e o colocou a minha frente. Só não sei por que não posso evitar a presença dele no meu dia-a-dia, nas coisas que falo, que faço, que penso. O que há de tão especial no garoto que passa de vagar e para, para comigo conversar? E assim, a cada tempo vago na minha rotina pesada, me sento pra falar com ele. Sem que ele saiba, ou sequer desconfie, que por trás de toda a atenção que concentro nele enquanto fala, está uma admiração estranha, sem sentido. E me apaixono novamente todo dia pelo seu equilíbrio e seu olhar vazio. E fico fora do meu controle.
Tropecei sem querer nessa pedra, no meio do meu caminho,
...será que vou cair?
Isabela Moraes
15/10/09
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