domingo, 7 de fevereiro de 2010

Fraterno

Assim sou eu. Desse jeito. Rosto sóbrio, olhar vazio e sincero, calmo. Dentro dessa calmaria existe a ansiedade. É nela que realmente vivo. Ela que projeta minhas atitudes apressadas, meus erros irreparáveis, ela que me projeta. Dizem os leitores dessa página da web que tenho talento para escrever, talvez me falte talento para viver. Eu me recuso a parar, me recuso a desistir de qualquer coisa que seja. Charles Chaplin dizia que a persistência é o caminho do êxito. Mas eu vejo que na minha persistência está faltando algo, e esse "algo" é que está ditando as regras. Não é amor, não é beleza e talvez não seja literatura. No fundo, penso que é o tempo. E mesmo parecendo saber de tudo que me ronda, continuo inerte. As palavras que antes me sobravam, viraram linhas vazias de textos iguais. E talvez eu pinte numa dessas fotografias, os meus olhos de amarelo, minha pele de azul e meus cabelos de vermelho para que você me veja de alguma forma.

Já me perguntaram por que eu continuo a ser assim, a escrever sobre isso, se o mais decepcionante possível eu já ouvi. Eu não tenho uma resposta, talvez por esse motivo esse texto não seja uma poesia.

Tem algumas coisas que vão embora dos nossos olhos, por culpa nossa. Mas que sempre estarão conosco, porque o tempo machuca pela distância, mas eu ainda guardo lembranças que ele me concede na minha falha memória, lembranças de tudo que vivi ao teu lado. Eu posso ter ouvido o que não queria, mas não posso guardar mágoas, você me ensinou o que eu precisava saber. Ensinou-me a olhar para quem está ao meu lado. Talvez seja por isso que ainda não desisti.


"Lembro do dia em que você veio atrás de mim, saindo daquele portão. Descemos aquela ladeira, e eu brincando com a distância da sua casa para o colégio."


"Lembro de quando sentei na arquibancada ao teu lado, e você tirou tudo o que estava em sua bolsa."


"Lembro de quando você disse que estava bem sentada no chão do refeitório, comendo."


"Lembro de quando você desabafou comigo naquela noite sobre seus problemas."


"Lembro daquela piada sobre o pirulito de chocolate."


"Lembro de quando te dei aquele instrumento."


"Lembro de quando cobrei sua dívida em abraços."


"Lembro que quando te via, dava um beijo em sua cabeça e você falava que seu pai fazia o mesmo."


"Lembro de quando sentava ao seu lado depois da aula, para esperar o ônibus, você me dizia que eu deixava-os passar de propósito”.


"Lembro de quando meu professor de informática viu você me chamando de Super-Calo."


"Lembro de quando você me disse que a pergunta certa era: - E a alegria? -.”


“Lembro da primeira vez que me chamou de branquelo.”


"Lembro de quando me deu aquele desenho, que até hoje guardo, com um texto no verso."


"Lembro de quando você disse que me amava."


Tenho-te com a certeza
De que você pode ir
Te amo com a certeza
De que irá voltar
Pra gente ser feliz
Você surgiu e juntos
Conseguimos ir mais longe
Você dividiu comigo a sua história
E me ajudou a construir a minha
Hoje mais do que nunca somos dois
A nossa liberdade é o que nos prende.
Viva todo o seu mundo
Sinta toda a liberdade
E quando a hora chegar, volta...
O nosso amor está acima
das coisas deste mundo
Vai dizer que o tempo
não parou naquele momento
Espero por você
O tempo que for
Pra ficarmos juntos
Mais uma vez.


Entenda eu escrever só o que de bom passamos juntos, o ruim, deixe que o tempo se encarregue de me trazer, todos os dias. Amo-te parceira.


Título: Escolha por mim.

P.S.: Texto do Phelipe...

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