segunda-feira, 29 de março de 2010

Efemeridade


Tinha que ser dito antes
Isto que é tão inquietante
Tudo que em ti vejo tão charmoso
E que fez efêmero o meu gozo

Não sabes o quanto entristeço
Quando vejo que me resta tão pouco apreço
E nas rezas e ladainhas me pego
E me calo só pra não inflar teu ego

Agora o erro que deixei de cometer
Tornou-se um falso enredo pra tecer
E tudo no meu corpo que foi seu
Transformou-se no cadáver que o bicho comeu

Olhe pra frente e veja, minha querida
O quão bela ainda é esta vida
Me encontro debruçada sobre o mar
Inerte, vendo você me deixar

Mas há agora a calma da espera
Darei sozinha a volta na esfera
E de mãos dadas com o destino
Vou dando ao que é pedra um toque fino

Tantas vezes amei sem notar
A real sentença do culpado por amar
A estaca cravada no peito, rasgando
E uma ferida latejante sangrando

Acabou o sonho, o feijão, o pão
E a história penosa desse coração
Que vai, sem esperança, esvaindo-se
E de outros amores omitindo-se

Isabela Moraes
29/03/2010

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