terça-feira, 6 de abril de 2010

Nuvem negra


Grandes gotas de chuva escorrem pelo meu rosto, o vento bate contra mim e quase posso sentir meu sangue congelando. Parece que é o fim de tudo. Como se nunca mais fosse haver sol, ou lua, ou qualquer coisa no céu. O azul deu lugar pro branco. Tudo ficou feio. Frio, molhado e cinza. Parece não haver espaço pra felicidade em meio ao caos. Tenho que me manter parada aqui, tão longe, e dói não ir até você. E eu só queria os seus braços longos ao meu redor, eu iria a pé pra olhar nos seus olhos, levando comigo essa nuvem e essa chuva, pra nos dissolver e nos fazer um só. Mas agora, como esse sol que não vem, você também não está perto de mim, está irradiando outros corpos, aquecendo outros abraços. Então prefiro me dissolver na chuva e escorrer até qualquer mar, que qualquer dia vai banhar teu corpo bronzeado e entranhar em seus cabelos. E talvez você sinta meu gosto, e lembre de quando fui sua. É o único jeito dessa chuva me levar até você. Você que chove em mim, me lava e me deixa sem nada. E depois que toda essa chuva passar e o sol vier de novo cegar meus olhos, vou até lá, pra me aquecer em você. Porque é tudo que posso ter de você.

Isabela Moraes
06/04/2010

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