quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A casa

Eu me sinto uma casa agora, mesmo vazia e abandonada, sou referência de abrigo. Um conceito de lugar que sempre estará a espera do seu cansaço, de portas abertas para te refugiar. E você me dará o gosto bom de te ter comigo, mas não vai demorar muito para que seu cansaço acabe e enfim você se sinta entediado e me deixe para botar as asas pra fora, botar a cara no mundo. Quando estiver feliz, leve, livre, lembre-se que repousou sua cabeça em meu colo, e eu te fiz carinho, até que adormecesse. E até depois que já tinha caído num sono profundo, fiquei ali para me certificar de que seus problemas iriam embora e você ficaria realmente em paz. Lembre-se que você deixou que eu guardasse toda a bagagem pesada que trazia nas costas e ainda as tenho, deixei que saísse renovado, pronto para mais uma das suas. E me deixou sem pensar duas vezes. Lembre-se que se não cuidar de mim, e me consertar constantemente, eu vou cair aos pedaços.
Desde já sei que, a não ser que se perca por aí, vai voltar para repousar sob os meus cuidados. Ao menos venha por inteiro e me prometa que vai deixar o tédio no portão.  Só volte quando for para ficar, quero que fique para sempre. Obrigada pela compreensão.
 Isabela Moraes
21/12/2010

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