- É o que parece, mãe... - eu respondi sorrindo.
- E você? – ela indagou, interrogou, com olhos me focando e as sobrancelhas arqueadas.
Titubeei. Sentei na cadeira, pousei a xícara de café sobre a mesa, apalpei o pão. Olhei para todos os cantos do teto e compulsivamente levei o café e depois o pão à boca, para não ter que responder de imediato. Porque não sabia a resposta.
Crueldade da minha mãe fazer uma pergunta dessas. E eu mal tinha acordado. Ainda nem tinha tomado café da manhã. Estava quase um zumbi. Meu cérebro quase pifou.
Engoli tudo e me ocupei com a toalha da mesa. Botei um sorriso torto na cara e fiquei fingindo que estava fazendo jogo. Enquanto isso, pensava, procurava, pesava mentalmente a felicidade daqueles momentos que passamos ultimamente e tudo que ainda não me deixava ter certeza da resposta.
Por uma fração de segundo, meu olhar repousou naquele corredor ao pé da escada, e eu me lembrei. De nós dois, seguros, em silêncio, juntos. Bem ali.
Então, mesmo confusa eu respondi, apenas porque era como me sentia naquele momento. Emiti um único som que ecoou na cozinha o resto da manhã, que perdurou pelo resto do dia, que preencheu minhas dúvidas e se seguiu de um sorriso encabulado e sincero.
- Uhum.
Isabela Moraes
03/01/2011
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