Me levanto para mais um dia de batalha. Forçada a sair da cama, forçada a sorrir, forçada à solidão que escolhi por livre arbítrio. A vida não me intimida, então ando pela rua de peito aberto, queixo erguido e orgulho pendurado no pescoço. Apesar de tudo, não me preocupo se alguém me encara de cima a baixo, porque não vai conseguir enxergar o que minha armadura esconde. Talvez por trás da máscara de ferro eu seja mais feliz do que a frieza de metal mostra. Talvez eu possa ficar segura no mundo mesmo sem essa armadura pesada que sustento. Então, aos poucos vou deixando a armadura pelo caminho, mas uma coisa, minha mão não deixa cair. A espada que seguro, não é segura, e é sempre usada da pior maneira, no momento errado. Por isso, jamais cravei-a no inimigo, mas já despedacei, por vezes, corações inocente. Mantenho comigo o dilema, minha proteção é meu desgosto e meu remorso.
Depois da rotina desgastante, consigo me distrair na volta para casa, olhando a beleza ao meu redor. A paisagem é das mais belas, mas fica fora de foco, diante das lembranças do que já vi antes. Meu único conforto é chegar ao lar vazio, deitar na cama fria, ouvir apenas o rádio. Abro a porta para um quarto solitário habitado pelo único objeto que sei usar corretamente. De vez em quando, o modo como o uso machuca os olhos de alguém. Pena, que uso a caneta para escrever verdades, não posso desmentir as palavras. Mas ela é melhor que qualquer cruz, ou qualquer espada. Expulsa os meus demônios, ou qualquer coisa que se aposse dos meus sentimentos, atos ou emoções. Me dá firmeza para enfrentar qualquer coisa que tente me abater, e me mantém na luta todos os dias. Ela deixa sua marca no papel, e assim, me cura de todas as cicatrizes, e sua tinta molhando as linhas, seca as minhas lágrimas.
Isabela Moraes
02/02/2010
02/02/2010
expulso os meus demônios, parto corações e escrevo sentimentalidades
Essas não foram culpa minha, e também são lindas.
ResponderExcluirContinue escrevendo, me faz bem te ler.