
Mas, insatisfeito com sua pequenez, crescerá até não caber mais em meu colo. Andará com suas próprias pernas. Brincará de se esconder. Chorará e me fará chorar. Me mostrará o que é realmente ser feliz. E continuará a crescer. Viverá seus tempos de juventude em crise, a ponto de quase entrar em colapso. Fará loucuras, fugirá do meu controle, quebrará as regras que impus, me deixará aflita e preocupada, várias noites sem dormir. Porém, satisfeita, apresentá-lo-ei à sociedade, mesmo que não esteja em sua melhor fase. Afinal, importará que ele estará amadurecendo. Me fará sentir como se tivesse errado com ele muitas vezes. Mas quando enfim terminar de crescer, curaremos nossas feridas, e se convencerá de que mesmo grande, meus braços ainda são o melhor lugar, e ainda caberá neles. Secará minhas lágrimas.
Me observará envelhecer, e me acompanhará nas caminhadas difíceis. E logo, ele também estará velho, mas ainda se renovando todos os dias, pois estará velho mas ainda vivo. Se manterá de pé, mesmo com dificuldades. E mesmo depois que eu morrer, ficará por um tempo vivo, mantendo minha memória acordada.
Tudo que eu viver, mostrarei a ele, e ele me ensinará o que não poderia aprender sem sua forma diferente de ver o mundo.
Agora, acabo de descobri-lo. Ele é pequeno, posso contê-lo, por enquanto. Eu não conheço sua face, e nunca o senti com qualquer um dos meus cinco sentidos. Quero um nome. Não sei qual é bom o bastante. Talvez, amor.
Isabela Moraes
02/02/2010
02/02/2010
Nossa...
ResponderExcluirtotalmente profundo..
bonito mesmo...
De uma sinceridade que é difícil ver.