
Acordei às três da manhã, olhei para um lado e para o outro e olhei para o relógio acima da minha cabeça. Triste conclusão. Sabia que teria que fazer um grande esforço para voltar a dormir e aproveitar as poucas horas que me restavam antes de acordar para o que seria mais uma manhã ruim de sábado. Só conseguia pensar que não devia pensar em nada. Voltei a dormir. Voltei a acordar. Me dei por vencida mais rápido do que normalmente. Sabia que tentar não pensar em nada seria pior do que aceitar que teria que pensar nisso. Li que as decisões que tomamos sem pensar podem se tornar as melhores da sua vida, e as mais racionais também. Então, eu não devia pensar nisso. Devia esperar, esquecer a dúvida e tomar a decisão apenas quando me visse frente a frente com a situação. Talvez assim, eu não perca mais o sono tentando achar um jeito de não magoar ninguém, talvez assim eu faça a coisa certa pra mim. Não consigo parar de pensar na frase do filme –“não há escolha mais fácil, qualquer que seja a minha escolha, alguém vai sair machucado”-, que agora combina tanto com esse momento. Do mesmo filme, a luta que ultimamente tenho travado. Aprender a fazer o que quero fazer. Esquecer do que devo fazer, do que os outros gostariam que eu fizesse. Afinal, são as minhas decisões que fazem meus caminhos, e que fazem a minha vida ser como ela é, ou será um dia. Mas, meu coração não sabe ceder às minhas vontades, e acaba sempre mostrando que pode ser muito ruim se eu não pensar nos sentimentos dos outros. Eis minha dúvida. Se eu pensar nos sentimentos dos outros, não há saída. Vou acabar decepcionando alguém, ferindo alguém, e talvez não tome a escolha certa e todo sofrimento será em vão. Mas se fizer o que quero, saberei que fiz a escolha de coração, mas o remorso pode me fazer sofrer ainda mais. Minha mãe está certa, sou confusa e meus discursos não tem coesão.
Isabela Moraes
06/03/2010
06/03/2010
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