
Pense nisso. Eu sou como uma criança, que dá os primeiros passos de forma inconsciente. Não sei o que estou fazendo, apenas me deixo levar pelos instintos e tento fazer como vejo que devia fazer. Mas nem sempre dá certo, então eu caio, às vezes choro, às vezes o tombo é mais triste que a dor. Às vezes me jogo no chão de propósito, quando sinto que minhas pernas começaram a bambear, porque sei que é melhor assim do que cair de surpresa e talvez me machucar mais. E como uma criança, sou primitiva demais para entender o que as pessoas estão tentando me dizer. Os avisos que estão tentando me dar a respeito do que devo ou não fazer, os cuidados que devo tomar. Não paro quando mandam, não fico sentada quietinha. Insisto em andar, mesmo quando as pernas não sabem o que fazer. Mesmo cambaleando, quero seguir, e sorrir cada vez que olho para trás e vejo tudo que já caminhei. Engatinhar não é o bastante pra mim.
Como uma criança, sou impulsiva, impaciente e instável. Mas não faço por mal ou para machucar. Faço porque acho que mando em tudo, mando no meu mundo e penso que posso fazer o que quero com todos ao meu redor. Sabedoria de criança. Só quem é criança entende que o mundo delas é só delas. E que elas reinam no mundo delas. Ela não entende quem tenta invadir, mas acaba deixando entrar, e aos poucos apresenta tudo ao novo participante de sua vida. Mal sabe ela que é dependente de tudo e de todos. Fica se achando, mandando nos seus brinquedos, enquanto é feita de brinquedo. Um mero detalhe no cotidiano. O jeito como levo a minha vida. Os primeiros passos de uma criança. Apenas preciso de alguém para ficar do meu lado caso eu caia.
Isabela Moraes
03/03/2010
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