
Vim pela estrada encarando minha imagem no espelho. Me perguntando quem era a garota que agora eu refletia, e o que eu veria ao voltar pra casa. Talvez um olhar menos esperançoso, ou menos alegre. Eu sou algo que eu não sei identificar. E não sei qual imagem é a mais real. Ás vezes minhas mentiras se escondem da luz do dia, mas é mais comum que minhas verdades se dispam diante do escuro brilho da lua. Sob a pressão do cotidiano, não raramente, me sinto obrigada a inventar um personagem para dar vida à minha inércia. E o cansaço, quase sempre, me arranca todo e qualquer artifício. Então, no fim do dia eu sou algo que sobra da nudez, agora coberta por vergonha dos olhares de repreenssão, e da maquiagem borrada, que saiu durante o dia, deixando à mostra algumas coisas que devia esconder. E eu sou o resto. Tudo que fica quando tudo já foi embora. A dor e a felicidade ao encostar a cabeça no travesseiro. A falta que faz alguém pra acabar com a solidão ao final dos dias.
Isabela Moraes
06/05/2010
06/05/2010
Eu não consigo suportar a meu reflexo no espelho.
ResponderExcluir"E eu sou o resto. Tudo que fica quando tudo já foi embora"..
ResponderExcluirÉ, plenamente a verdade descrita nestas palavras...
Aquela que acorda somente quando tudo acaba, que enxerga somente quando não podes mais ver..
confuzos não?
Burnier, me forço a surportar essa minha imagem interna, não é preciso espelho... O externo é apenas uma capa superficial de tudo isso... Sei lá.
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