domingo, 2 de maio de 2010

Olhos de mar

As luzes da cidade brilhavam quase tanto quanto teus olhos azuis fitando a Guanabara. Teu corpo era quase tão tentador quanto teus lábios rosados comprimindo-se um contra o outro. Por isso, permita-me ser indecente. Queria comprimir meus lábios contra os seus, pressionar meu corpo contra o seu. Sou uma criatura perdida. E queria perder-me em você. E percorrer algum caminho em teu corpo até, quem sabe, encontrar-me. Talvez, saiba pelo meu olhar que eu te quero tanto. Sou pateticamente transparente, esqueço de fingir que não notei você no meio dessas pessoas apressadas. Mas esqueço de esquecer a timidez e não falo nada. Fico esperando que meu olhar fale por mim. E enquanto você reclama do vento frio, eu fico imaginando o quão simples seria te aquecer. Mas é difícil que isso aconteça. Você nem percebeu. Não se deu conta de mim. Mas ainda faço-te notar-me à beira desse mar, se o acaso outra vez ajudar.

Isabela Moraes
30/04/2010

vou viajar de barca só pra te encontrar.

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